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Fim da inocência

Fim da inocência

Acabou-se o tempo da inocência!
As marcas das batalhas tornaram cicatrizes,
e não há mais inocência no olhar.
Os olhos agora são de desejos bem adultos.

Os cenários se transformaram
e o amor não tem mais o gosto de morango.
Tem gosto de carne o nosso amor,
de suor e de saliva.

Quando penso em você estremeço.
Tenho dores de amor em tons vulcânicos.
Então tudo é lava, tudo é fumaça,
tudo é explosão de fogo e calor!

Já se foram as poesias de elegias,
versos para amores inalcançados.
Porque as palavras agora são outras,
daquelas que se pronuncia entre os dentes:
– Sussurros de nosso amor ardente!

© Por Lilly Araújo-18/11/2010-Direitos Autorais Reservados

Publicado na CBJE – RJ

“Espera…”

“Espera…”

Se tivesse mandado uma palavra: – “espera!”
Sem mais nada, nem mesmo explicar até quando,
eu teria ficado até hoje esperando…
– era a eterna ilusão de que fosses sincera…

Que importa a vida, o Sol, a primavera,
se eras a vida, o Sol, a flor desabrochando?
Se tivesses mandado uma palavra: – “espera!”
eu teria ficado até hoje esperando…

Não mandaste, tu nada disseste, e eu segui
sem saber que fazer da vida que era tua
procurando com o mundo esquecer-me de ti…

E afinal o destino, irônico e mordaz,
ontem, fez-me cruzar com o teu olhar na rua,
ouvir dizer-te: – “espera!…” E ser tarde demais…

(Poema de J. G. de Araujo Jorge – in
“Festa de Imagens” 1a ed. 1948 )