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O café que não veio

café que nao veio

O café que sempre sonhei
agora vai ficar em bule qualquer
esfriando…
sem calor, sem toque, e esquecido
de todo gesto de carinho.

O café que por tantos meses planejamos
vai ficar assim,
como uma carta que o correio estornou,
como um poema amassado no fundo de uma gaveta,
como tantos outros projetos que acabam descendo
ao túmulo sem nunca virem à luz do dia.

O café que tanto desejei,
vai ficar assim,
como um aborto,
ou um natimorto,
porque nem sempre se pode plantar e colher.

O “nosso” café, nunca chegará
a ser ‘nosso’,
porque temos medo…
Temos medo.
E essa é toda explicação.

Lilly Araújo

Não tenha medo meu amor

Não tenha medo meu amor! Eu cuidarei de você
como se fosse uma delicada flor.
Eu te envolverei nos dias mais frios
e te aquecerei com meu amor.

As minhas lágrimas hão de molhar
a sequidão de estio
por onde um dia andaram seus passos ,
e eu te apertarei contra mim
tatuando-te em meus abraços.

Não tenha medo meu amor!
Eu te aquecerei nos dias mais frios
e quando precisar, também
serei teu refrigério.

Não tenha medo do caminho escuro
que te convido a trilhar ao meu lado,
porque o brilho do meu riso interior
apagará todo nosso passado,
e a dor do desencanto não será mais.

Não tenha medo,
porque quando tuas lágrimas quiserem cair,
eu estarei bem aqui,
e serei o teu lenço, teu consolo,
teu afago, teus lençóis e teu corpo.

Não tenha medo de sorrir com meu riso,
e entregar-me teu pranto.
Não tenha medo de mim, que acabo de chegar
e já te amo tanto.
É que te procurei por toda minha vida,
para render-me pela eternidade.

Andei vagando por caminhos perdidos
por tanto e por tanto tempo,
que a luz que achei em você foi o meu farol,
e o teu corpo transformou-se
em meu porto.

Não tenha medo meu amor,
porque do meus próprios temores
eu também tenho fugido,
e entre labirintos eu trilho cada dia
com o olhar fixos no céu,
e nos lábios uma fervorosa prece:
– Que teu amor se entregue para mim,
e que ele se apresse!

Estou com medo meu amor!
Onde estará seu abraço?
Onde o ninho em que me aconchego?
Estou com olhos marejados e medo do mar,
Onde estará o seu peito para eu me ancorar?