Category Archives: VII Conc. POESIARTE
11º lugar no VIIº CONCURSO POESIARTE 2013
*Nome: (Lilian Araújo.) LILLY ARAÚJO
*Poesia: O fauno e a dríade.
*Cidade que representa: Anápolis/GO.
*Pseudônimo: Flor de Cerejeira.
*Pontuação: 383 pontos.
-Veja a poesia, que ficou em 11º lugar no VIIº CONCURSO POESIARTE:
*”Fazenda” – Tela de Roldão Aires.
O fauno e a dríade
Disse o fauno lentamente
como se quisesse fazer
a dríade finalmente entender,
— Não há mais nada para nós aqui,
se ficarmos iremos morrer!
A pequena fada olhou em despedida
a última árvore que ainda não
havia sido abatida.
Bateu as asas lentamente,
e como se não quisesse mais ver,
deu-lhe as costas de repente.
O fauno, amigo fiel,
quedou-se calado, não sabia o que dizer,
trotou ao lado da desconsolada fada,
vislumbrando o cenário de horror:
tudo sem brilho, sem alegria e sem cor.
Não havia mais estrelas no céu,
não mais brilho do luar,
Tudo agora era triste e cinzento,
morrera a terra, sujou-se a água,
calou-se o vento.
Foi assim que partiram os últimos
seres encantados do planeta
chamado Terra.
Recolheram-se um a um,
fugindo desse mundo de tanta guerra.
Digladiou-se o HOMEM
contra si mesmo tantas vezes.
Atacou a natureza sem dó nem piedade,
seus atos foram malignos
e repletos de irresponsabilidade.
Foram os dois últimos a chegar
naquele novo lar,
prantearam todas as perdas,
e desejaram um novo recomeçar.
O mundo que para trás deixaram
já não teria mais o que comemorar.
Seria duro e cruel tentar viver,
depois de a última árvore fenecer.
(Pseudônimo: Flor de Cerejeira)
*Comentário feito pelo jurado Fernando Aires de São Paulo/SP:
“Muito bem elaborada, a poesia, verso por verso, alude à mitologia grega e traz no debate a questão do desmatamento irresponsável, que é conseqüência da ambição do homem. Tem criatividade, ótimo vocabulário, excelente conotação.”
(Fernando Aires – jornalista)
*Comentário feito pelo jurado Emanuel Carvalho de Natal/RN:
“Belíssimo texto que transmite ao leitor um alerta que o fim do mundo acontece todos os dias, com as guerras que só trás horror, a morte ela é a única vencedora e muito mais eminente é o fim do homem que só procura o seu próprio silêncio sem se dar conta ou finge não querer ver o resultado do seu próprio fim.”
(Emanuel Carvalho – escritor)
12º lugar no VIIº CONCURSO POESIARTE 2013
*Nome: Marcos Sodré.
*Poesia: OXALÁ.
*Cidade que representa: Armação dos Búzios/RJ.
*Pseudônimo: Pescador.
*Pontuação: 381 pontos.
-Veja a poesia, que ficou em 12º lugar no VIIº CONCURSO POESIARTE:
OXALÁ
Oxalá encontrar o elixir da eternidade
Assistir o tempo correr, sem preocupar-me com a idade
Ser agraciado com mais chances de encontrar a felicidade
Passaria a caminhar mais lentamente…
Oxalá deparar-me com a Árvore da Vida
Saborear seu fruto com suave mordida
Abraçá-la sem preocupar-me com a despedida
Seria pleno, neste segundo, eternamente…
Oxalá pudesse passear desnudo
Desbravar todas as florestas do mundo
Mergulhar em todos os mares, bem fundo
Seria humano, completamente…
Oxalá o sol e a chuva me visitassem todo dia
Trazendo o Arco da Aliança da Alegria
E o pote de ouro, escondido de tantos que o queria
Estaria radiante, simplesmente…
Oxalá eu valorizasse o que me é dado
Lutasse pelo o que me é tirado
Vivesse com que me basta
Seria feliz, na vida que é presente.
(Pseudônimo: Pescador)
*Comentário feito pelo jurado Fernando Aires de São Paulo/SP:
“Oxalá o ser humano desse mais valor ao que têm e recebe de graça no mundo, o pouco que ainda lhe resta da natureza, em vez de buscar, em detrimento desta, outro verde não tão necessário quanto: o do dinheiro. Ótimo trabalho, boa conotação e grande criatividade.”
(Fernando Aires – jornalista)
*Comentário feito pela jurada Cris Dakinis de São Pedro da Aldeia/RJ:
“Bom vocabulário.”
(Cris Dakinis – escritora)
*Comentário feito pelo jurado Emanuel Carvalho de Natal/RN:
“Oxalá poder ler um texto poético tão rico e cheio de vida. Queira Deus que continue neste caminho escrevendo poesia, imaginando dias melhores e levando ao leitor que a mãe natureza é só poesia e necessita de cuidados e amor para a sua própria existência.
Porque precisamos muito de rascunhos para escrever versos, mesmo diante do crescimento tecnológico ela é de grande utilidade e inspiração para nós poetas.”
(Emanuel Carvalho – escritor)
13º lugar no VIIº CONCURSO POESIARTE 2013
*Nome: Amélia Marcionila.
*Poesia: Guardador de Árvores.
*Cidade que representa: Pirapetinga/MG.
*Pseudônimo:Uirapuru.
*Pontuação: 374 pontos.
-Veja a poesia, que ficou em 13º lugar no VIIº CONCURSO POESIARTE:
O Guardador de Árvores
Seiva… Sede…Sede de seiva…
Sorvendo amarguras
troncos de vítimas inocentes sangravam!
Serras, serrotes, machado empunhado
golpes mortais e machadadas fatais:
derrubadas, derrubadas,
queimadas, queimadas!.
O sangue, a seiva viva,
as folhas murchas agonizantes
a madeira extraída
na ganância do homem cruel!
Diante de tal cenário voltei à criança que fui
e virei um Guardador de Árvores…
Pensei: onde cantará o uirapuru,
onde se esconderá o Moleque Saci
nas suas diabruras em noites de lua cheia?
E a Mula-sem-cabeça? Debaixo de que sombra
confabulará com a Cuca?
Somente a criança e a escola
poderão, na verdade, nos ensinar
os segredos para resguardar o manto verde.
(Pseudônimo: Uirapuru)
*Comentário feito pelo jurado Fernando Aires de São Paulo/SP:
“Vocabulário claro, direto, criativa e com boa conotação com relação ao folclore.”
(Fernando Aires – jornalista)
*Comentário feito pelo jurado Emanuel Carvalho de Natal/RN:
“Bastante criativo e importante o texto. O autor tenta explicar que somente as crianças e as escolas podem mostrar que através da educação é onde está o segredo para guardar com amor a Natureza.”
(Emanuel Carvalho – escritor)
14º lugar no VIIº CONCURSO POESIARTE 2013
*Nome: Janaína Santos.
*Poesia: Vida de Árvore.
*Cidade que representa: São Bernardo do Campo/SP.
*Pseudônimo: Armadillo.
*Pontuação: 369 pontos.
– Veja a poesia, que ficou em 14º lugar no VIIº CONCURSO POESIARTE:
Vida de Árvore
Com o coração da Vida
Meu peito pulsa ritmado
Tem fé e cura, qualquer Ferida
Caem e voam sem Direção
Meus pensamentos são folhas
Que brotam e morrem sem Razão
Abraçam o mundo e Amam
Meus braços são grandes galhos
Estendidos aos que Clamam
Quando quase desisto de Tudo
Meu corpo é tronco forte
Diz que até o final eu Luto
Tenho orgulho de onde eu Vim
Meus pés são raízes grandes
Que buscam meus sonhos, até o Fim
(Pseudônimo: Armadillo)
*Comentário feito pelo jurado Fernando Aires de São Paulo/SP:
“É muito criativa, bem assimétrica e com bom ritmo, além de ótima conotação com a vida do ser humano. Visto que das árvores dependemos todos para viver, a começar pelo oxigênio que ela nos dá, e ela, por sua vez, também precisa de nós, como se juntos fossemos um único ser.”
(Fernando Aires – jornalista)
*Comentário feito pelo jurado Emanuel Carvalho de Natal/RN:
“O poeta é como uma árvore que tem seus troncos, galhos e folhagens. É forte, porém um vento forte pode nos levar pra longe dos nossos sonhos, fazendo com que cada folha caia em qualquer lugar sem rumo, sem direção. Mais as raízes sempre vão continuar lá. Gostei de ler o texto e a autora mostra uma fidelidade e um ritmo poético maravilhoso, transmitindo ao leitor uma boa leitura.”
(Emanuel Carvalho – escritor)
15º lugar no VIIº CONCURSO POESIARTE 2013
*Nome: Geraldo Trombin.
*Poesia: ÁRVORE DEVIDA.
*Cidade que representa: Americana/SP.
*Pseudônimo: eskrit’or.
*Pontuação: 357 pontos.
-Veja a poesia, que ficou em 15º lugar no VIIº CONCURSO POESIARTE:
ÁRVORE DEVIDA
Tenho devido muito.
Não tenho plantado sequer uma semente,
Já que não há mais sêmen.
Apesar de sonhar a fecundidade
De ipês e outras flores,
O útero da terra
Sabe do Saara da minha esterilidade,
Do desconserto das minhas possibilidades
Pelas tantas e tantas e tantas primaveras
Sem o desabrochar das pétalas em sorriso.
Não tenho regado direitinho
A minha árvore genealógica.
Aliás, não tenho regado é nada,
Deixando as ramificações da minha família
Abandonadas sob o escaldante sol
Do não relacionamento.
Não tenho plantado árvores,
Não tenho escrito livros,
Não tenho gerado filhos.
Não tenho cuidado muito bem do meu jardim,
Que hoje vive à espera de outros regadores
Que chegarão para derramar
Sobre ele suas divinas águas
Matando a sua vil secura;
Que hoje vive a esperança de novas flores,
Borboletas, beija-flores,
De novos odores encantadores de amores.
Porque tenho devido muito,
Vivendo só e apenas no quebra-galho,
Embaixo de sombras alheias,
Pulando de galho em galho,
Não me preocupando nenhum pouco
Com os meus antepassados,
Com o presente e o futuro,
Fragilizando o meu tronco,
A minha cabeça, o meu membro.
Tenho devido muito,
Tenho esperado tudo sempre cair do céu.
Não tenho valorizado o que é meu,
Vivo parasitando tudo o que é seu.
Sei que um dia
Vou pagar as minhas devidas dívidas
Com a sequidão do meu tempo,
Cortando todos os meus males pela raiz.
Quem sabe, quando isso acontecer,
Eu alcance a graça de virar adubo,
Fertilizando novas vidas,
Arborescendo o outro lado que existe em mim
E que é bem, bem melhor assim.
(Pseudônimo: eskrit’or)
*Comentário feito pelo jurado Emanuel Carvalho de Nata/RN:
“Que ótima leitura, rica nas palavras, uma suavidade e verdades. Também serve como reflexão, um conselho, uma mensagem, um alerta. Humildade e intenção de ajudar e procurar com a sua própria auto ajuda corrigir o quanto antes seja tarde demais…”
(Emanuel Carvalho – escritor)