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Meu Palimpsesto

Meu Palimpsesto

Porque tu eras o meu poema maior

e sobre ti nasceram tantos outros,

que fui escrevendo sem pretensão nenhuma

de te prender entre os meus dedos.

 

Eras o meu pergaminho mágico,

o meu poema sempre inacabado

em que eu, a cada dia,

acrescentava um verso feliz

logo depois de mirar teus olhos.

 

Eras o início e o fim da minha devoção.

 

E eu te compus em versos,

em prosa, em odes inteiras

e te reinventava a cada nascer do sol

porque julgava inacabada a minha obra-prima,

a minha redenção.

 

Eu reescrevi a nossa história tantas vezes,

mas sempre com finais felizes.

 

Eu reescrevi e só depois percebi

que a nossa história não cabia em livros.

Nem no mais profundo dos universos fictícios

o nosso amor poderia mesmo existir.

Autora:  Patrícia Lara